sábado, 16 de novembro de 2013

Dirceu e Genoíno não são heróis

O Brasil não precisa de heróis. Nenhum país precisa de heróis. Nem José Dirceu, nem Genoíno são heróis. E tenho a certeza de que não gostam de ser tratados como tais. Dirceu e Genoíno são animais políticos. Respiram a política. Vivem a política. Fizeram a sua escolha de vida muito tempo atrás.
Como todos nós, cometeram erros. Como todos nós, não são perfeitos. Mas acertaram mais que erraram. Acertaram quando combateram, literalmente, a ditadura militar. Acertaram quando ajudaram a formar o mais importante partido político de esquerda da história do Brasil. Acertaram quando ajudaram o presidente Lula a fazer um governo que tirou milhões de pessoas da mais absoluta miséria, que resgatou não só a cidadania delas, mas a sua própria condição de seres humanos. Acertaram quando, mais uma vez, lutaram com o que dispunham contra um tribunal de exceção, contra uma corte de fancaria, comparsa de uma ditadura midiática e de uma oligarquia que tenta, a todo custo, impedir que o Brasil se torne uma democracia moderna. Mesmo assim, tendo vidas tão produtivas para transformar este num mundo melhor para todos, Dirceu e Genoíno não devem ser chamados de heróis. Heróis são seres extraordinários, capazes de atos além da capacidade física, intelectual e moral dos outros homens. São, portanto, exceções. Dirceu e Genoíno são, sim, pessoas que dedicaram sua existência a um propósito, a uma causa. Foram determinados, foram corajosos, foram persistentes. E são essas as qualidades que devem ter aqueles que desejam construir um país que realmente acolha seus cidadãos de modo que eles possam desenvolver o melhor de si. O Brasil não precisa de heróis. O Brasil precisa é de gente como esses dois Josés.

Cronicas do Motta
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