domingo, 30 de março de 2014

Gilmar Mendes não é juiz de Direito; é juiz da direita



O juiz Gilmar Mendes usa o STF como tribuna de oposição ao Governo trabalhista. 
O juiz Gilmar Mendes é ministro do STF e não se faz de rogado para usar o poderoso cargo da República para fazer política
— a má política, pois desprovida de ética e de respeito ao público, aos cidadãos brasileiros, inclusive aqueles que compartilham com a conduta do juiz condestável, e, portanto, autoritário juiz, que em hipótese alguma vacila quando tem de tratar de fazer oposição ao PT e aos governos trabalhistas de Lula e Dilma Rousseff.
Gilmar age assim: aos inimigos de sua ideologia e interesse de classe conservador, o cadafalso da forca; aos aliados, a tolerância indulgente ao que não é sensato para a conduta de um juiz, no que tange a não moderar seus gestos e palavras, as ações e as atividades jurídicas e políticas consideradas por ele, equivocadamente, como ferramentas de combate contra aqueles que não compactuam com os grupos que tal juiz representa e faz para eles o papel de porta-voz: os ricos e os muitos ricos, que se encastelam no pico da pirâmide social e, por conseguinte, golpeiam diariamente mandatários ungidos nas urnas pelo povo, por intermédio de eleições diretas, em uma democracia representativa (e não popular, como deveria ser a meu ver), portanto, burguesa e garantida pela Constituição de 1988.
Gilmar Mendes é useiro e vezeiro em criar fatos artificiais, com a cumplicidade quase canina da imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?). O juiz que usa capa — faltam apenas a máscara e a espada — atenta, ordinariamente, contra a democracia brasileira e não respeita o STF e muito menos os cidadãos. É capaz de tudo, pois não titubeia quando decide plantar armadilhas contra os que ele considera inimigos do status quo que ele tão bem defende ao ponto de causar sérios problemas à estabilidade dos Poderes constituídos e à moral, pois ele, de forma recorrente, coloca em dúvida a honestidade de pessoas como o ex-presidente Lula, de ministros de Estado destituídos sem nada ser comprovado, a exemplo do ministro dos Esportes, Orlando Silva, bem como o episódio do diretor geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, que caiu por causa de um grampo sem áudio, porque a verdade é que a conversa entre o juiz Gilmar e o ex-senador cassado do DEM sócio do bicheiro Cachoeira para cometer delinquências e desestabilizar governos trabalhistas nunca foi gravada. O grampo nunca existiu.


Azevedo é porta-voz da direita e conselheiro de Serra: derrota eleitoral  em  SP.
Gilmar Mendes tem esse jeito de ser... Fazer o quê, né? Tal juiz não tem limites. Atua como um Drácula obsessivo pelo sangue de seus adversários. Há pouco tempo, ele deu a senha do que o STF iria preparar, ou seja, efetivar um tribunal de exceção em pleno estado democrático de direito, em um julgamento que está a rasgar o direito penal e constitucional, pois não dá relevância à defesa dos réus, além de “esquecer” o contraditório e a presunção de inocência. O procurador geral da República de oposição, Roberto Gurgel, chegou a afirmar que as provas contra José Dirceu "são tênues".
Grande parte das acusações do julgamento do “mensalão” nunca foi comprovada, como demonstram os autos e os advogados de defesa dos acusados. É um julgamento, sobretudo, midiático e estritamente de caráter político. Os caçados (com “Ç” mesmo) são políticos históricos e emblemáticos do campo da esquerda, nas pessoas de José Dirceu, de José Genoíno e do ex-presidente Lula, que, apesar de não ter sido incluído nesse processo dantesco pelo denunciante e acusador, o procurador Gurgel (será que um dia chamarão tal prevaricador às falas?), é, na verdade, o alvo principal da direita brasileira, que já perdeu três eleições, poderá perder a quarta para Dilma em 2014 e que rasgaria os pulsos com gilete enferrujada se Lula, porventura, concorresse à Presidência em 2018 quando teria a idade de 72 para 73 anos. FHC, o Neoliberal, tem atualmente 81 anos. Portanto, o homem que vendeu o Brasil, o “príncipe” de nossas “elites” provincianas e colonizadas é 14 anos mais velho do que o Lula, o que, sobremaneira, deixa a direita, os reacionários com a garganta seca, a sentir vertigens e palpitações em seus corações. Eles ficam literalmente com os cabelos arrepiados em só pensar na hegemonia política dos trabalhistas.
Retomemos ao condestável Gilmar Mendes. O juiz foi a um encontro no escritório, em Brasília, do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. No local, segundo o juiz da capa preta, estava o político mais popular da história do Brasil, que saiu do poder com 83% de aprovação. Gilmar Mendes, aquele que deu dois habeas corpus em 48 horas para tirar o banqueiro Daniel Dantas da prisão, afirmou, em uma denúncia (vazia) e inacreditavelmente injuriosa e caluniosa para um homem de sua posição, que Lula propôs a ele, a fina flor da República, que o “mensalão” fosse adiado.


Dantas: dois habeas em 48 horas concedidos pelo juiz de direita Gilmar Mendes.
O incrível é que tal acusação aconteceu meses depois do suposto encontro, sendo que quem publicou e repercutiu as perfídias, as palavras ferinas de Gilmar foi a Veja conhecidíssima também como a revista porcaria ou a última flor do fáscio. Lula, pelo o que o Gilmar disse, foi, antes de tudo, um chantagista, só que o chantageado não se dignou a ir a uma delegacia e prestar queixa. O juiz que conhece as leis preferiu os sabujos da Veja a ter que falar com um simples delegado, um subordinado, que, seguramente, na cabeça de Gilmar Mendes, não sabe o que está acontecer em seu mundo grandioso e repleto de intrigas, malícias e de total falta de limites para desestabilizar aqueles que ocupam hoje o Palácio do Planalto.
Gilmar foi o advogado geral da União (AGU) nos tempos das privatizações. Ponto. É a herança maldita do FHC — o Neoliberal. O causador das quedas e do “congelamento” do juiz Fausto de Sanctis e do delegado e hoje deputado federal Protógenes Queiroz, causadores da prisão de Daniel Dantas, banqueiro dono do Opportunity e investigado por tentativa de suborno e crimes financeiros. Gilmar mandou soltar o estuprador e foragido Roger Abdelmassih, médico condenado a 278 anos de prisão, que fugiu do País. Só não soltou o dono do banco Marka, Salvatore Cacciola, porque seu colega, juiz Marco Aurélio de Mello, o liberou da prisão em 2000. Cacciola anos depois foi deportado para o Brasil durante o governo Lula.
Agora, em pleno julgamento do “mensalão”, o juiz Gilmar Mendes, conselheiro-mor dos partidos de direita e estrela conservadora da imprensa historicamente golpista, resolve ir ao lançamento do livro do mezzo fascista, Reinaldo Azevedo, “conselheiro informal” do candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, o irritadiço e rejeitado José Serra. Gilmar não tem jeito e provoca, mesmo sendo juiz. É um sem noção, porque ele é um dos principais personagens de tal julgamento, além de sabermos que Gilmar, Demóstenes, Serra, Gurgel, Álvaro Dias, Agripino, Veja (Azevedo) e a imprensa em geral são, extra oficialmente, aliados em constante combate aos governantes trabalhistas.


Abdelmassih estuprou dezenas de pacientes e  fugiu do País. Agradeça ao Gilmar.
O título do livro de um dos jornalistas mais agressivos da direita tupiniquim, para variar e ser original, é O País dos Petralhas II, um apanhado de “artigos” do “conselheiro” raivoso ou hidrofóbico e incompetente do Serra, que tem por objetivo demonizar e ridicularizar o maior partido trabalhista das Américas e talvez do mundo, o PT, e seu fundador, que incluiu 40 milhões de brasileiros e tornou o Brasil um País respeitável, o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva.
Gilmar fez questão de ir ao rendez-vous do chapeleiro maluco Reinaldo Azevedo. Segundo a imprensa de negócios privados, riu, gargalhou e participou com desenvoltura do coquetel de lançamento do pseudo livro de conteúdo desrespeitoso, mentiroso, infamante e sórdido. Por que o jornalista da Veja, que pratica o verdadeiro e autêntico jornalismo de esgoto, não escreve um livro sobre o vendilhão da Pátria, o FHC, e depois ganhar dinheiro com a publicação. Não daria para ele fazer isso. E sabe por quê? Porque FHC não vende. Ninguém quer saber dele, nem como apoio de palanque ou de propaganda na televisão.
O “nosso” condestável juiz, porém, não foi ao lançamento de um livro de verdade, com conteúdo verídico, alicerçado em provas e documentos, cujo título A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr, bateu recorde de venda, mesmo sendo censurado e boicotado pela imprensa burguesa. Por fim, a pergunta que não quer calar é a seguinte: o doutor condestável e juiz do STF que julga um caso no qual os réus são seus adversários políticos iria ao lançamento de livro cujo título seria O País dos Tucanalhas II? Respondo: não iria. O juiz direitista de capa preta perdeu a noção ou simplesmente está a dar de ombros para a sociedade. Ele é realmente a própria desfaçatez. Gilmar Mendes não é juiz de Direito; é juiz da direita. É isso aí.



Por Davis Sena Filho — Blog Palavra LivreShare Button


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